Resumen:
Tanto no conto ?La cámara oscura? (1983) da escritora argentina Angélica Gorodischer quanto no filme La cámara oscura (2008) da cineasta argentina María Victoria Menis a história da protagonista Gertrudis simboliza as formas com as quais as tecnologias patriarcais do eu constituíram a identidade das mulheres e as definiram como sujeitos subalternos. Contudo, se o conto de Gorodischer refletia as preocupações das feministas dos anos 60 e 70 -a necessidade de rever as premissas e os valores com os quais se representavam as mulheres e seu trabalho, a fim de inverter a desvalorização patriarcal das mulheres e a invisibilização de suas práticas sociais-, a reinterpretação de Menis no filme converge para as preocupações feministas a partir dos anos 90: a necessidade de ressignificar o corpo da mulher que tem sido historicamente colonizado, alienado e definido pelo olhar patriarcal; ressignificar a libertação do desejo feminino como condição de subjetivação das mulheres.